sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

And the Oscar Goes to...


Imaginem-me num longo vestido azul mar, saltos de 10 cm e uma grande gala, onde desfilo no tapete vermelho, rumo ao palco, para receber o merecido prémio.

Ok...não será bem o mesmo cenário coisa mas o que sinto é quase, quase igual. Faltam o vestido e os saltos, que substituí pelo pijama da Hello Kitty e as meias quentinhas, compradas por uma libra na Primark de Oxford Street. E o óscar vai para mim e para o meu blog, que pode não ser grande literatura para a humanidade em geral mas pelo menos faz sorrir alguém (para além de mim mesma). A P. presenteou-nos com este pequeno / grande gesto e nós gostamos muito.


Por isso, e para cumprir as regras do jogo, aqui ficam sete das mil e uma coisas que me fazem sorrir todos os dias:

  • Acordar com o sol a entrar pela janela do meu quarto;

  • Um fim de tarde de Julho com os amigos, quando já não resta mais ninguém na praia;

  • Aeroportos (significa necessariamente que estou em férias, a viajar);

  • A minha Anastasia (ainda não tinha falado da minha gata, pois não?);

  • Ouvir música clássica e rodopiar no tapete do meu quarto;

  • Uma tarde de compras em Londres com a minha mana;

  • O sorriso do V.

Não sou muito exigente, pois não?

Feeling Like (II)



Don't ask me
What you know is true
Don't have to tell you
I love your precious heart

I
I was standing
You were there
Two worlds collided
And they could never tear us apart

We could live
For a thousand years
But if I hurt you
I'd make wine from your tears

I told you
That we could fly
'Cause we all have wings
But some of us don't know why

I
I was standing
You were there
Two worlds collided
And they could never ever tear us apart

* Never Tear Us Apart - INXS (Ou de como me sinto irremediavelmente parte de ti quando voamos juntos)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lógica Aristotélica



- Já agora, não quer um postalzinho para o dia do pai? E uma cautela da lotaria? Ou quem sabe um livro.

- Não, o que eu queria mesmo era enviar estas cartas registadas...

- Mas porquê? Temos aqui livros tão bons!


(Porque se me ocorre vir aos correios, provavelmente é porque preciso de enviar cartas. Parece-me bastante lógico...e a vocês, não?)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Constatação


Decididamente, não gosto de Carnaval. E constato que que este estado de alma me persegue desde a infância, se recuar a memória ao tempo em que todos os miúdos da escola vibravam de êxtase enquanto a petit Madame Butterfly ansiava que tudo aquilo acabasse o mais depressa possível. Há coisas que simplesmente não mudam.Esta é uma delas.

Por isso, hoje apetece-me ficar todo o dia em casa, longe de corsos carnavalescos, serpentinhas, palhaços, criancinhas vestidas de princesas, cowboys ou piratas, pessoas a saltitar pelas ruas, balões de água e música brasileira. Vou esticar-me no meu confortável sofá e rodear-me de livros, filmes e bolachas. Chocolates também serve.

Pode ser?

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Aquela tarde de Julho


Em 1978, podiam demorar-se duas longas horas em transportes públicos para percorrer uns míseros 50 km. Assim, e como nesse ano dava aulas numa escola plantada no meio do nada, a minha mãe teve que tomar a difícil decisão de me deixar com uma ama, quando eu tinha apenas três meses de vida.

Foi essa decisão que determinou que a minha infância havia de ser a mais feliz de que há registo. A L. havia de ser a minha “outra” mãe, como eu mais tarde tentei explicar aos meus colegas de escola que não percebiam como é que eu podia ter duas mães, quando todos eles, comuns mortais, tinham apenas uma.

A L. ensinou-me a andar, a comer, tentou explicar-me que apesar de não fazer muito sentido lógico, eu devia dizer Mónica em vez de Móquina e máquina em vez de mánica. Contou-me histórias mágicas dos seus tempos de criança, como a daquela vez em que levou uma pedrada da irmã. E depois, dos anos em que trabalhou em Lisboa numa casa de príncipes e princesas, cujo dono e senhor, percebi anos mais tarde, era o então Ministro da Justiça, Antunes Varela, de quem ela gostava muito.

Apesar de não ser uma vianense de nascimento, a L. mostrou-me pela primeira vez cada recanto da minha cidade e disse-me que era a mais bonita do mundo. Eu acreditei. Foi também a L. que me acompanhou em infindáveis e misteriosas visitas guiadas pelo tribunal, que me levou às salas de julgamentos, às celas prisionais e à sala de autópsias. O marido era porteiro do tribunal e a L. carregava sempre, no bolso direito da sua bata às flores, um grande e pesado molho de chaves que abria qualquer porta daquele mundo que me fascinava.

A L. tinha três filhos mais velhos que eu, então adolescentes. Nunca senti que ela tivesse menos amor por mim do que por eles. Ainda hoje me rio quando penso que se alguma coisa corria menos bem, ela presumia sempre que a culpa era de algum deles, nunca minha.

Os anos passaram e a L. nunca deixou de ser a minha “outra mãe”. A melhor pessoa que conheci até hoje, sempre cheia de palavras doces, de amor, de compreensão, de histórias e confidências, de chás de frutos às cinco da tarde, de memórias, de torradas e café, de risos e lágrimas.

Há sete meses, sem avisar, a L. partiu da minha vida. E não há um dia que passe em que eu não sinta que uma parte de mim partiu com ela, naquela tarde de Julho.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

I'll Try To Remember


"Nothing splendid has ever been achieved except by those who dared believe that something inside themselves was superior to circumstance."

Bruce Barton (1886 - 1967) American Advertising Executive, U.S. Congressman

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Casa Grande de Romarigães


Segunda - feira. 14:30 horas. Lá vai Madame Butterfly, em direcção a Romarigães, terreola algures perdida nos arredores de Paredes de Coura, da qual nunca tinha ouvido falar até sexta feira, dia em que um cliente lhe pediu para lá ir, averiguar uma alegada situação de servidão de vistas.

Quando lá chega, era suposto encontrar a casa do senhor. Isto, se tivesse levado o GPS ou seguido à risca as instruções do cliente. Mas não. Madame Butterfly, armada em super condutora, achava que não precisava de modernices ou instruções. Em vez da casa do cliente, deparou-se com uma grande casa senhorial, semi abandonada, com grandes portões, terraços, musgo nas paredes, brasões...e ficou ali especada, a olhar e a sonhar alto, já que sempre teve aspirações a fidalga do século XIX.

De repente, leu uma inscrição qualquer sobre uma homenagem a Aquilino Ribeiro e fez-se luz. Aquela era a "Casa Grande de Romarigães"!!! E aquela Romarigães era a Romarigães do livro arrumado há anos na prateleira do escritório do pai!

Há pequenas/grandes descobertas que nos deixam imensamente felizes. Esta foi a descoberta do meu dia de hoje. Escusado será dizer que já fui buscar o livro para o reler calmamente. Desta vez, com uma nova perspectiva.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Good Morning Sunshine!



É fim de semana, está muitoooooooooooo sol, já não me dói a garganta. Vou fazer de conta que hoje não é dia dos namorados (abomino dias disto ou daquilo mas este causa-me uma espécie de alergia superior, vá-se lá perceber porquê) e sorrir de felicidade porque me apetece. Já não me sentia assim há tempo demais.

Volto dentro de breves instantes.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

I Feel Good


Ora, ora, a vidinha tem corrido tão bem nos últimos dias que só me faltava mesmo esta para culminar a semana em grande (isto, partindo do princípio que não vem por aí amanhã mais uma grande surpresa). Então não é que chego de manhã ao parque de estacionamento e deparo-me com um belo Skoda Fabia estacionado no meu lugar?

E o que é que a Madame Butterfly resolve fazer? Pois claro, estacionar mesmo por trás e impedir-lhe a saída. E acrescenta-se um bilhetinho no pára brisas a explicar: "Caro/a senhor/a, se por um acaso pretender sair, faça o grande favor de ligar para o número do PROPRIETÁRIO do lugar onde estacionou".

Por volta das 18:30 horas, o senhor liga (eu já apostava que era um homem o autor de semelhante proeza!). Era filho do proprietário do lugar do lado. Pelos vistos já tinha percebido que eu ainda não moro no apartamento e costuma deixar o carro no meu lugar, durante a noite, saindo sempre antes de eu chegar. Hoje estava sol, apeteceu-lhe ir a pé até ao trabalho para bronzear um bocadito e esqueceu-se do carro! O que equivale a dizer que foi apanhado com uma grande pinta!

Limitei-me a dizer que só saio às oito e vai ter que esperar bastante. E tenciono atrasar-me...mas isto é surpresa. Sinto-me especialmente maquiavélica, hoje. And I feel goooooood!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Lado Positivo



Neste momento não precisava de uma amigdalite. Nem de uma injecção de penicilina. Nem de ficar um dia inteiro em casa, com febre, sem fazer nada de útil e a stressar com o trabalho atrasado no escritório e os telefonemas que ficaram por fazer. Nem de uma dor de garganta tão alucinante que me faz parecer uma idiota, a tentar comunicar com a minha mãe através de sinais e gestos.

Valha-me a Fox Tv. E a minha gata. E o melhor namorado do mundo que me veio trazer o meu lanche preferido: croissants quentinhos.

Afinal, pensando bem...nem tudo é negro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Irregularidade Técnica Momentânea



Eu até sou a favor da recente modernização dos tribunais, a sério que sou (e quem diz tribunais, diz qualquer outra entidade pública como Serviço de Finanças, Segurança Social, Conservatórias, etc, etc...). E dá-me um jeitaço poder enviar todas as peças processuais pela internet. E assinar digitalmente. E fazer pagamentos de taxas de justiça com 25% de desconto porque sou moderna. E notificar colegas por e-mail sem ter que me dar ao trabalho de fazer o telefonemazinho da praxe, com a conversa parva do costume:

"- Então como vai o ilustre colega? Benzinho? Olhe, vou enviar-lhe uma notificação por telecópia, pode ser? Os meus cordiais cumprimentos".

E poupar dinheiro em papel. E em tinteiros. E em fotocópias. E sentar-me mais tempo na minha confortável cadeira, em vez de ter de andar a passear à chuva entre o escritório e o tribunal.

Mas...e quando o sistema resolve não funcionar, em plena segunda feira em que tenho várias peças processuais para enviar, no último dia do prazo?

Isso é...?
...Uma irregularidade técnica momentânea!(diz a linha de apoio)*


* E eu pergunto: mas afinal, quanto tempo dura um momento?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Just Keep Smiling



Tudo cansa, até a tristeza. Por isso, hoje acordei e decidi sorrir. Vou jantar fora, vou sair com os amigos, vou dar gargalhadas, vou rir de coisas parvas, vou dançar, vou beber dry martiny's, vou andar à chuva, vou ouvir música que me faz rodopiar, vou chegar tarde a casa, vou dormir muito...vou ser imensamente feliz por umas horas.

Um dia de cada vez. Amanhã logo se vê.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Bad Decision


Não foi brilhante a decisão de sair de casa para ver se uma sessão de cinema acompanhada de um balde de pipocas quentinhas e crocantes me fazia sair deste estado de espírito depressivo - melancólico - quase - crónico. É que se na véspera me senti uma espécie de Duquesa de Devonshire, ontem, a personagem interpretada por Kate Winslet - a trágica April - encaixava-se em mim na perfeição.

Sentir o lento condensar do drama vivido e assumido por aquele casal tão igual e tão diferente a todos os outros fez-me assumir inconscientemente um presságio pessoal. Na verdade, revi-me na pele daquela mulher que sentia a cada dia que afinal, a felicidade universal não era a dela. E que precisava de desafiar a ordem das coisas, inverter o seu sentido, para sentir-se viva.

Tendo em conta o final do filme, não posso dizer que o meu estado de espírito tenha sofrido melhorias significativas. Para a próxima vou antes ao circo. Os palhaços são garantidos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

(Sem Título)

O dia da conversa chegou, tal como eu antevia que iria chegar. Falamos de ti, falamos de mim, falamos de nós e de todo o universo que nos impede de estar juntos. Senti-me uma espécie de Duquesa de Devonshire, em pleno século XXI, para quem as circunstâncias são sempre maiores do que aquilo que sinto cá dentro.

Desde o primeiro instante que percebi que eras especial. O tempo só veio provar aquilo que senti instantaneamente. Trocamos milhares de horas de conversa, muitos sorrisos, gargalhadas, noites em claro a trocar segredos, algumas lágrimas e acima de tudo, muita cumplicidade.

Por isso, venha o que vier, aconteça o que acontecer, mesmo que o destino nos trace caminhos opostos, ficarás para sempre gravado no meu corpo e na minha alma e só nós sabemos porquê.

Não, não vou partir. Mas ainda não sei se posso ficar...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

I really do.

*Discretamente retirado daqui